RENASCIMENTO


CONTEXTO DE SURGIMENTO DO RENASCIMENTO

A partir do século XI, a Europa ocidental passou por uma série de mudanças: o aumento da produção de alimentos devido ao aumento das áreas agrícolas e da utilização de novas tecnicas de cultivo. Esse aumento na oferta de alimentos fez com que a população crescesse, pois se alimentava melhor, vivia mais e tinham mais filhos.

O crescimento do comércio com o Oriente; o aparecimento das feiras e das casas bancárias; o revigoramento das cidades; mercadores circulavam pela Europa, levando e trazendo mercadorias de diferentes lugares do mundo; os banqueiros tracavam moedas e os donos de navio aumentavam sua frota. A burguesia(mercadores, banqueiros e donos de navio) começou a enriquecer e adotar novas práticas e valores. Medir, calcular, pesar, operações, experimentos são algumas das práticas que passaram a ser valorizadas devido a importância que tinham para os negócios dos burgueses.

Todas essas mudanças inspiraram uma nova visão de mundo, da arte e do conecimento. Criando as condições para o surgimento do renascimento Renascimento, uma vez que a mentalidade, os valores e cultura estavam sofrendo transformações.  

O Renascimento pode ser entendido como um movimento laico (não eclesial), racional e científico ocorrido na Europa entre os séculos XIV e XVI (mas que tem suas raízes nas mudanças que se processavam na europa desde o sec.XI), que influenciou profundamente o mundo ocidental desde então.


A importância do Renascimento se deu principalmente pelo fato de ter sido apresentado como uma ruptura com o mundo medieval que estava agonizando na Europa, pautando suas características na cultura greco-romana da Antiguidade Clássica. Dessa forma, o Renascimento foi uma ruptura com a Idade Média, mas que dependeu do trabalho de muitos eruditos deste período para florescer, devido ao trabalho de preservação e reprodução das obras dos pensadores da Antiguidade.

Em contraste com a Idade Média, que produziu uma cultura profundamente religiosa, o Renascimento tinha como elemento central o Humanismo, que valorizava o ser humano, a criação privilegiada de Deus. Dessa forma, o Renascimento pregava o antropocentrismo, que consistia em entender o universo tendo o homem como seu centro, e não mais Deus, como pregado pelo teocentrismo medieval. Frente a esse entendimento do mundo, o homem deveria usar sua razão para conhecer a natureza e as demais coisas existentes. A razão seria ainda um dom de Deus, que aproximava o homem dele através da criatividade e da genialidade, assemelhando as capacidades de ambos, já que Deus criou o homem, o homem poderia criar uma infinidade de coisas.

O Renascimento se desenvolveu primeiramente em algumas cidades italianas, propagando-se posteriormente para o resto da Europa, esse movimento se desenvolveu em várias áreas do conhecimento. 

Na ciência, destacaram-se Nicolau Copérnico (1473-1543), Giordano Bruno (1548-1600) e Galileu Galilei (1564-1642) pelo desenvolvimento da teoria heliocêntrica, cuja ideia se baseava na centralidade do Sol no universo. Essa ideia era contrária a da igreja que acreditava desde a Antiguidade que a Terra era o centro do universo. O Heliocêntrismo ilustrou o renascimento científico, retirando a explicação do mundo e da natureza das mãos da igreja, buscando explicações através de experimentos e do uso da razão.

Leonardo da Vinci desenhou planos de máquinas voadoras, observando o movimento de asas dos pássaros.

Estudo do corpo Humano

Na arquitetura, destacou-se Filippo Brunelleschi, que passou a utilizar o cálculo matemático como base de projetos de construção, retomando aspectos arquitetônicos greco-romanos. Na área da política e da organização do Estado, temos Nicolau Maquiavel (1469-1527), que escreveu O Príncipe, uma obra em que ele deu orientações de como um monarca deveria governar para manter um poder forte e centralizado. O termo maquiavélico surgiu do nome desse pensador, apesar de hoje se referir a um aspecto negativo.



Na Literatura, vários foram os escritores que se destacaram, como Dante Alighieri (1265-1321) com a obra A Divina Comédia, Erasmo de Roterdã (1466-1536) com o Elogio da Loucura, Rabelais com Gargantua e Pantagruel, William Shakespeare com muitas peças teatrais, dentre vários outros.

Mas a área da produção artística que mais enche os olhos dos observadores contemporâneos são as pinturas e as esculturas produzidas no período. Pode-se destacar Leonardo da Vinci, com uma grande variedade de atividades, sendo a principal obra a Monalisa. Tem-se ainda Sandro Botticelli, com a genial obra Nascimento de Vênus, em que mistura elementos pagãos e religiosos, nessa obra sua busca pela beleza alcançou o ponto máximo. Há ainda Michelangelo Buonarotti, que trabalhou como pintor e escultor, sobressaindo o teto que pintou na Capela Sistina, no Vaticano, e a escultura Pietá, em que Maria tem nos braços seu filho Jesus. Por fim, pode-se ainda falar de Piter Brueghel, que retratava temas do cotidiano da sociedade, incluindo festas populares e os homens do povo, como é possível ver na tela Dança dos Camponeses, de 1568.

Assista ao vídeo abaixo que vai mostrar características da arte renascentista através da analise de algumas obras do périodo.



Caravaggio e Baco


Leonardo da Vinci e Mona Lisa


Hieronymus Bosch e O jardim das delícias terrenas


Michelangelo e Pietà


Botticelli e O nascimento de Vênus


Donatello e David

 MECENAS

Os Mecenas eram os reis, príncipes, condes, duques, bispos, nobres e burgueses poderosos, dotados de poderes econômicos, os quais financiavam e incentivavam as artes no período da Renascença. Esses benfeitores, amantes e protetores das letras e das artes que praticavam o Mecenato, foram essenciais para o desenvolvimento da cultura renascentista. Essas ações eram bem vistas pela sociedade e com o tempo, eles adquiriam grande prestígio.

O Renascimento se expandiu a partir da Itália para outras partes da Europa. O principal fator que contribuiu para divulgação das obras Renascentistas foi o aperfeiçoamento da imprensa por Johannes Gutenberg, o que permitiu a impressão de muitos textos em pouco tempo.







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