Fases da Revolução Francesa
Fases da
Revolução Francesa
Após a Queda da Bastilha, o processo revolucionário espalhou-se pelo
país e estendeu-se por um período de dez anos. A revolução só foi encerrada na
França quando Napoleão Bonaparte tomou o poder do país por meio do Golpe do 18
de Brumário. Esses dez anos de extensão da Revolução Francesa são divididos em
três fases:
1-Assembleia Nacional Constituinte e Assembleia
Legislativa (1789-1792)
Essa é fase da Revolução Francesa na qual ocorreu a atuação da Assembléia Nacional Constituinte e
da Assembléia Legislativa. Após a Queda da Bastilha, a
revolução espalhou-se pelo país e chegou às zonas rurais. Os camponeses temiam
que a aristocracia reagisse aos fatos que aconteciam em Paris e deixasse a
população sem alimento. Com isso, partiram para o ataque.
Essa reação recebeu o
nome de Grande Medo e aconteceu entre julho e agosto de 1789.
Nesse episódio, camponeses começaram a invadir as propriedades de aristocratas,
promovendo saques e assassinando os proprietários. Além disso, exigiam o fim de
alguns impostos e queriam ter direito a mais alimentos.
Os constituintes, temendo que a violência aumentasse, tomaram algumas
medidas para conter as ações do povo. Assim, os privilégios feudais foram
abolidos na França no início de agosto e, ainda nesse mês, foi anunciada
a Declaração dos Direitos do Homem
e do Cidadão, um dos documentos mais importantes de toda a Revolução
Francesa. Essa declaração estabelecia, na teoria, que todos os homens eram
iguais perante a lei.
Fonte: Quino, TODA A MAFALDA, 1989, Lisboa,
Publicações Don Quixote, p.420
A
violência popular e as mudanças que estavam acontecendo fizeram com que parte
da aristocracia francesa fugisse do país e fosse para outras nações
absolutistas, como Áustria e Prússia. Essa aristocracia que fugiu da França
iniciou esforços contra-revolucionários com o objetivo de reimplantar o
absolutismo na França.
O rei francês Luís XVI
e sua esposa, Maria Antonieta, também tentaram fugir da França, mas foram
reconhecidos quando se aproximavam da fronteira com a Bélgica. Após ser
capturado, o rei francês foi reencaminhado para o Palácio de Tulherias, local onde vivia desde 1789 – antes disso, o
rei francês vivia no Palácio de Versalhes.
Outras mudanças que
aconteceram nesse período foram decorrentes da Constituição Civil do Clero, uma tentativa de colocar o clero
francês sob o controle do governo. Em 1791, foi promulgada a nova
Constituição da França, que transformou o país em uma monarquia constitucional. Após a promulgação, a Assembléia Constituinte
transformou-se em Assembléia Legislativa.
Nessa Assembléia,
consolidaram-se dois partidos, que foram muito importantes para os anos
seguintes da Revolução Francesa: girondinos e jacobinos.
Os girondinos assentavam-se à
direita da Assembléia e tinham uma postura mais conservadora em relação às
mudanças em curso.
Os jacobinos assentavam-se
à esquerda e partilhavam de uma posição mais reformista, radical que
defendia a ampliação das reformas em curso no país.
Nesse período, rumores
de que austríacos e prussianos estavam organizando forças para invadir a França
espalharam-se e fizeram com que a Assembléia emitisse uma declaração de guerra
contra esses dois países. Os franceses lutaram essa guerra com a Guarda
Nacional, tropa que tinha surgido em Paris no começo da revolução e que era
liderada pelo Marquês de La
Fayette.
O início da guerra
criou condições para a radicalização da revolução e levou a população a apoiar
os jacobinos e os sans-culottes. A guerra foi declarada em abril de
1792 e, em setembro de 1792, a Monarquia Constitucional na França caiu.
Os sans-culottes anunciaram a instauração da República na França.
Com a República, a Assembléia Legislativa transformou-se em Convenção. Os membros da Convenção
foram escolhidos por sufrágio
universal masculino, e o rei francês, naturalmente, foi destituído
de sua função. Nesse momento, uma nova discussão tomou a política francesa: o
destino de Luís XVI.
Os jacobinos defendiam que o rei deveria ser guilhotinado, pois era
considerado o grande culpado pelos males que a França enfrentava. Já os
girondinos defendiam o exílio do rei. O processo de Luís XVI teve uma
reviravolta quando um suposto cofre foi encontrado em Tulheiras, com evidências
do envolvimento do rei com a contrarrevolução. O resultado disso foi a execução de Luís XVI na guilhotina em janeiro
de 1793.
Esse regicídio inaugurou a fase do Terror na revolução. Os jacobinos tomaram o poder da França
e, liderados por Maximilien Robespierre, iniciou uma fase de radicalização, que ampliou as reformas
no país e perseguiu todos aqueles que se opunham a ele. Na República controlada
pelos jacobinos, os opositores foram alvos da Lei dos Suspeitos, responsável pela morte na guilhotina de 17
mil pessoas em 14 meses|. Esse
período ficou conhecido como Período do
terror.
O Terror imposto pelos jacobinos levou os girondinos a organizarem-se e
a reagirem com a Reação
Termidoriana em 1794. Com esse evento, os jacobinos foram
destituídos do poder, Robespierre foi guilhotinado e a agenda reformista foi
substituída por uma agenda mais conservadora e liberal. Em 1795, a Convenção
foi substituída pelo Diretório.
Com o enfraquecimento dos jacobinos, os girondinos, à frente dos
interesses da alta burguesia francesa, redigiram uma nova Constituição para a
França e reverteram algumas medidas. Utilizaram ainda o exército francês para
reprimir todos aqueles que se opusessem às medidas que estavam sendo
implantadas.
A França permaneceu em uma onda de instabilidade política, social e
econômica durante os anos seguintes, que fez com que a alta burguesia
defendesse a implantação de um governo autoritário presidido por uma figura de
força. Essa figura era Napoleão Bonaparte, general do exército francês, famoso
na época por liderar as tropas do país no exterior.
Napoleão tomou o poder da França em 1799, quando organizou um golpe que
ficou conhecido como Golpe do 18 de Brumário. Isso marcou início do Período Napoleônico.
Consequências
A Revolução Francesa
foi um marco para a humanidade e causou uma série de mudanças, a curto e a
longo prazo, na França e no mundo. Entre as várias conseqüências, podem-se
destacar algumas:
- Universalização dos direitos sociais e das liberdades individuais
- Fim dos privilégios e dos resquícios do feudalismo na França
- Início da queda do absolutismo na Europa
- Separação entre os poderes legislativo, executivo e judiciário
Revolução Francesa
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