GUERRA DE SECESSÃO

A Guerra de Secessão, também conhecida como Guerra Civil Americana, aconteceu entre 1861 e 1865, entre o norte e o sul dos Estados Unidos. Esse conflito trouxe grande destruição, sobretudo para o sul do país, afetando diretamente sua economia e resultando em um saldo aproximado de 600 mil mortos.

A secessão americana foi motivada basicamente pelas diferenças existentes entre norte e sul dos Estados Unidos durante o século XIX. Os estados do norte eram caracterizados pelo desenvolvimento manufatureiro, com a existência de pequenas propriedades agrícolas e predominância do trabalho livre assalariado.

O sul, por sua vez, era caracterizado pela dependência do cultivo agrícola baseado no sistema do plantation, no qual havia a existência da grande propriedade de terra (latifúndio), baseada na monocultura (em geral, algodão) e totalmente dependente do trabalho escravo. Economicamente, esses modelos antagônicos complementavam-se, mas, politicamente, cada lado possuía interesses distintos, que contribuíram para o desgaste das relações entre essas regiões.

A grande divergência envolvendo os dois lados era pautada pelo debate do modelo de sociedade que seria implantado nos novos territórios americanos. Isso porque, com o processo de marcha para o oeste(Assista o vídeo abaixo), iniciou-se a ocupação do oeste americano, havendo, por isso, a defesa por parte dos sulistas da extensão do trabalho escravo para esses locais, enquanto os nortistas eram contrários a essa ideia e defendiam a proibição da escravidão nesses novos territórios.



Essa questão gerou grande polêmica entre os dois lados, principalmente pela ocupação dos territórios do Kansas e do Nebraska. Politicamente, os dois lados estavam em intensa disputa e isso se refletia na sociedade, pois a tensão existente em Kansas, principalmente, levou ao surgimento de pequenas milícias que lutavam entre si.

A insatisfação sulista com as tentativas dos nortistas de abolir a escravidão levou muitos deles a defenderem ideais de separatismo para manter seu estilo de vida. Todas essas questões canalizaram-se nas eleições presidenciais de 1860, com os sulistas posicionando-se contra a candidatura do republicano Abraham Lincoln.

Lincoln era visto pelos sulistas como um abolicionista convicto e sua vitória para presidente motivou-os – que já defendiam ideais separatistas – a iniciar um movimento de secessão, ou seja, de separação. A vitória de Lincoln fez com que o Estado da Carolina do Sul declarasse sua secessão em dezembro de 1860, quando o recém-eleito canditado ainda nem havia assumido a presidência.

A secessão da Carolina do Sul foi acompanhada pela adesão, entre janeiro e junho de 1861, de outros estados sulistas, como Alabama, Flórida, Mississipi, Geórgia, Texas, Luisiana, Virgínia, Arkansas, Carolina do Norte e Tennessee. Com a secessão dos sulistas, surgiram os Estados Confederados da América.

O primeiro ato de agressão com a secessão veio do lado confederado em abril de 1861. Os exércitos confederados atacaram um forte ocupado por tropas da União na Carolina do Sul. Esse evento ficou conhecido como Batalha do Fort Sumter e não registrou mortos. Esse ataque sulista mobilizou a resistência da União sob a liderança de Lincoln.

Inicialmente, o exército da União era formado por 80 mil soldados, número que aumentou consideravelmente ao longo da guerra. Os combates na Guerra de Secessão preconizaram uma característica marcante de guerras nesse período: as trincheiras. O desenvolvimento das metralhadoras tornava a guerra de infantaria – aos moldes tradicionais – inviável, sendo necessário guarnecer as trincheiras.

Portanto, a Guerra de Secessão destacou-se pela violência e por combates de grande mortalidade como a batalha em Gettysburg, conhecida pelo número alto de mortos (cerca de 30 mil soldados).

Derrota sulista

A derrota sulista no conflito foi consolidada pelos seguintes motivos:

Os sulistas falharam em obter o apoio estrangeiro, principalmente de França e Inglaterra;

O embargo econômico marítimo, aplicado por Lincoln aos sulistas, sufocou a economia local e gerou crise de desabastecimento, inclusive no exército confederado, o que resultou em deserções;

A atuação dos nortistas pelo incentivo à fuga dos escravos em posses sulistas aumentou a crise econômica do sul.

A junção desses fatores levou à rendição dos sulistas em abril de 1865. Com a guerra, o sul ficou arrasado, com grande destruição material e uma economia em frangalhos. A guerra consolidou a abolição da escravidão em todo o país com a promulgação da 13ª Emenda Constitucional, e foram iniciadas a reconstrução e a reintegração do sul à União. O saldo do conflito foi de 600 mil mortos, marcando a secessão como a maior guerra da história americana.




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