GRÉCIA


A civilização grega surgiu entre os mares Egeu, Jônico e Mediterrâneo, por volta de 2000 AC. Formou-se após a migração de tribos nômades de origem indo-europeia, como, por exemplo, aqueus, jônios, eólios e dórios. As pólis (cidades-estado), forma que caracteriza a vida política dos gregos, surgiram por volta do século VIII a.C. As duas pólis mais importantes da Grécia foram: Esparta e Atenas.

CRETA


Geografia

Creta é a maior ilha localizada ao sul da Grécia, no mar Egeu. Possui um litoral muito recortado, fator que favoreceu o desenvolvimento de portos e de atividades ligadas ao comércio marítimo. O interior do território cretense é marcado pela presença de muitas montanhas, entre planícies.

História de Creta: a civilização minóica

Entre os anos de 2600 a.C (começo da Idade do Bronze) e 1450 a.C desenvolveu-se na ilha de Creta a civilização minóica. Esta civilização teve como centro a cidade de Cnossos.

Aspectos da história e cultura de Creta

- Os cretenses destacaram-se no comércio marítimo, principalmente com ilhas próximas e com a Grécia continental. Exportavam azeite, objetos de cerâmica, jóias, lã e artigos de metal. Portanto,  economia de Creta era baseada quase que exclusivamente nas atividades marítimas.

- Creta era uma cidade-estado, que possuía um sistema de governo monárquico, pois era governada por um rei.

- Com o desenvolvimento do comércio marítimo, os cretenses fundaram colônias em ilhas do mar Egeu e na região da Sicília.

- Na arquitetura destacou-se a construção de grandes e luxuosos palácios, como, por exemplo, o palácio de Cnossos, Festos e Mália. Estes palácios caracterizavam-se pela presença de muitos cômodos, escadarias, jardins e longos corredores.

-  No campo das artes, os cretenses destacaram-se na pintura de lindos e coloridos afrescos, esculturas de metais, confecções de jóias e peças de cerâmica. A temática mais presente na arte cretense era o mar.

- Na religião, os cretenses eram muito ligados à figura da mulher. Imagens femininas aparecem em afrescos e esculturas ligadas à práticas religiosas. A deusa-mãe, segurando serpentes nas mãos, tinha grande importância para os cretenses. O touro também possuía uma certa importância no cenário religioso cretense, provavelmente em função da imagem da fertilidade. Os cretenses realizavam várias festas em homenagem ao touro, em que homens pulavam nas costas do animal.

- A mitologia minóica também foi muito rica. O principal mito cretense é o do Minotauro representado por um forte homem com cabeça de touro. Este monstro, que habitava o labirinto, foi morto pelo herói grego Teseu. Os mitos de Dédalo e Ícaro também estão relacionados à cultura minóica.

A CIVILIZAÇÃO MICÊNICA

A Civilização Micênica é considerada uma das sociedades mais sofisticadas da cultura grega pela grande disseminação artística e pela avançada organização política que via as mulheres com igualdade.

Ela sobreviveu entre os anos de 1600 a.C. e 1050 a.C. com a invasão dos aqueus na Grécia e se desenvolveu na ilha de Creta, ao sul do Mar Egeu, após dominarem os pelágios (povos que antecederam os gregos).

Entretanto, ao contrário das civilizações gregas mais antigas que adoravam uma deusa-mãe, os micênicos passaram a louvar Poseidon, que eles acreditavam ser o governador máximo da Terra. Acredita-se que nesta civilização se dá início às primeiras lendas da Mitologia Grega, pois ao fim deste período o deus principal passou a ser Zeus.

O sistema político e econômico era centrado na figura do rei, mas pouco se sabe sobre a hierarquia social da época. Alguns especialistas sustentam que, abaixo dos reis, havia uma forte organização militar detentora de grandes lotes de terra. Os escravos, trabalhadores livres e comerciantes faziam parte da escala social mais baixa.

Os micênicos eram grandes navegadores e construíram embarcações bem mais avançadas que as iniciadas pelos minóicos. Este povo, que se caracterizava pelo aspecto guerreiro, construiu barcos de carga que eram propícias ao combate. Como armamento, os micênicos começaram a utilizar o ferro e o bronze.

Desenvolvimento da polis

Com o fim dos micênicos, as grandes cidades foram reduzidas a pequenas vilas e parte dos grandes palácios foi destruída. A formação da pólis, o modelo clássico de cidade grega, não se deu repentinamente, mas aconteceu lentamente ao longo de séculos. No contexto do Período Homérico, houve um grande recuo civilizacional, mas os historiadores não sabem quase nada sobre essa fase da história grega.

Algo que se sabe é que nela surgiu o genos, uma comunidade agrícola pequena em que seus membros possuíam um grau de consanguinidade e acreditavam que descendiam de um herdeiro em comum (que, na sua crença, era uma figura mítica). O controle dessa comunidade era realizado por um patriarca conhecido como pater.

Originalmente, o genos era marcado por um forte laço de solidariedade e coletividade, pelo qual a terra e o que ela produzia eram compartilhados entre todos. No entanto, com o passar do tempo, a comunidade presenciou a formação de uma aristocracia que dominava as terras, deixando muitos sem acesso a elas. Formou-se, assim, uma aristocracia.

Por questão de sobrevivência, muitos dos genos juntaram-se com outros, formando fratrias. Essa união trazia problemas significativos porque ampliava a desigualdade e gerava disputa de poder e terras. À medida que essa organização não dava mais conta das necessidades governativas do povo grego, a cidade-estado foi surgindo. Esse processo também contou com o fortalecimento do comércio e mudanças sociais e políticas.

A pólis estabeleceu-se no Período Arcaico, isto é, a partir do século VIII a.C. Todo o território grego foi ocupado por centenas de pólis, destacando-se algumas, como Tebas, Atenas, Esparta e Corinto. A característica básica do modelo de cidade que se estabeleceu na Grécia foi sua autonomia.

Essa autonomia manifestava-se em todos os aspectos: jurídico, político, econômico, religioso etc. Isso significa que a Grécia nunca fui um império com território coeso e fronteiras definidas. Ela era basicamente uma região que aglomerava povos com cultura e idioma comuns.

A acrópole de Atenas abriga um dos prédios mais conhecidos dos gregos: o Parthenon.

Dois ambientes marcadamente importantes na cidade grega eram a acrópole e a Assembléia, a primeira centralizava os prédios mais importantes da cidade e a segunda era o local da tomada de decisões. No caso da acrópole, ela consistia em uma zona, preferencialmente construída em um local elevado, que reunia os prédios imprescindíveis para aquela sociedade, como os templos religiosos.

A construção da acrópole em local elevado cumpria propósitos militares estratégicos, e essa zona geralmente era fortificada. A acrópole mais conhecida é a de Atenas, pois abrigava um dos prédios mais conhecidos da civilização grega: o Parthenon. Já a Assembléia, chamada de ekklesia, era o local onde os cidadãos da cidade reuniam-se para a tomada de decisões. No caso de Atenas, esse prédio foi o grande símbolo da sua democracia.

Além da acrópole, toda a cidade desenvolvia-se no interior das muralhas (construídas para a segurança local), e as terras ao redor do núcleo urbano, ocupadas por camponeses que produziam os alimentos que sustentavam a pólis, também faziam parte dos seus domínios. A cidade de Esparta, por exemplo, tinha posses sobre terras que correspondiam a 8.500 km2. Era o maior território sob o domínio de uma pólis.


No decorrer do tempo, as pólis gregas tiveram diferentes formas de governo. Eram elas:

– Monarquia: o rei comandava a sociedade, a religião, o exército, criava as leis e era o juiz. Ele governava sozinho ou com auxilio de um conselho de anciões, geralmente homens mais velhos da nobreza.

– Oligarquia: significa “governo de poucos”. Era um tipo de governo controlado por pessoas da aristocracia, grandes proprietários de terras e famílias ricas.


– Tirania: sistema no qual apenas uma pessoa governava após tomar o poder pela força, em guerras ou golpes de Estado. Os tiranos quase sempre tinham apoio popular para se manterem no governo da cidade.

– Democracia: governo em que os cidadãos debatiam e decidiam livremente as questões relacionadas as cidades. No entanto, na democracia grega, mulheres, estrangeiros e escravos não eram considerados cidadãos e por isso não podiam participar das discussões e decisões tomadas pelos votos.

Economia da Grécia Antiga 

 A economia dos gregos baseava-se, principalmente, no cultivo de oliveiras, trigo e vinhedos. O artesanato grego, com destaque para a cerâmica, teve grande a aceitação no Mar Mediterrâneo. As ânforas gregas eram usadas para o transporte de vinhos, azeites e perfumes para os quatro cantos da península. Com o comércio marítimo, os gregos alcançaram grande desenvolvimento, chegando até mesmo a cunhar moedas de metal. Os escravos, devedores ou prisioneiros de guerras, foram utilizados como mão de obra na Grécia. Cada cidade-estado tinha seu próprio sistema político-administrativo, organização social e deuses protetores.

A religião na Grécia

Os gregos eram politeístas, isto é, acreditavam em vários deuses, assim como a maioria  dos povos da Antiguidade. Mas, ao contrário dos outros povos, tinham uma grande intimidade com seus deuses, pois acreditavam  que eles estavam a serviço das pessoas.

Os deuses gregos possuíam características humanas, defeitos e qualidades, fraquezas e paixões. A diferença existente entre eles e os humanos é que os deuses eram imortais.

Os gregos acreditavam na existência de 12 grandes divindades, (linkar com mitologia grega) que se reunião em seus tronos no alto do Monte Olimpo, onde moravam. O pai de todos os deuses era Zeus, casado com Hera. Apolo era o deus do Sol e protetor das artes, Ares era o deus guerra, Posêidon, do mar. Afrodite era a deusa do amor, e Palas Atena, da sabedoria, entre outros.

Geralmente, esses deuses e deusas eram associados a fenômenos naturais. A arma de Zeus, por exemplo, era o raio – as tempestades seriam efeito de sua cólera. Por sua vez, os terremotos, que eram comuns na Grécia, eram explicados pelo mau-humor de Posêidon, que batia com seu tridente no fundo do mar.

Colonização grega

O estabelecimento da pólis foi marcado também pelo processo de concentração de renda, em que a população empobrecida começou a ter cada vez menos acesso às terras e estava cada vez mais endividada. Os que não conseguiam pagar suas dívidas, tornavam-se escravos.

Nesse momento, o comércio estava em expansão e as embarcações gregas iam para diferentes locais no Mediterrâneo. Parte da população, procurando melhores oportunidades, aproveitou-se dessas conexões com outras regiões para sair do território grego. Assim, um grande número de gregos estabeleceu-se em locais como o norte da África, a Sicília, sul da Espanha e da França etc.

Essa expansão e formação de outras pólis nesses locais ficou conhecida como colonização grega. Essas cidades formadas por gregos fora da Grécia estruturavam-se dentro dos mesmos padrões que as pólis que existiam naquele território. Claro que cada uma dessas colônias acabou incorporando elementos característicos da região em que se estabelecia.

Declínio grego

O período clássico foi o de maior desenvolvimento intelectual e econômico da Grécia, mas também foi o que marcou o início da decadência dos gregos. Dois grandes conflitos caracterizaram essa parte da história grega no final do seu período clássico. Por fim, os gregos foram derrotados pelos macedônicos e dominados por eles.

Registro da Batalha das Termópilas, uma das batalhas mais famosas das Guerras Médicas.

Os dois conflitos mencionados foram as Guerras Médicas, duas batalhas travadas entre gregos e persas, e a Guerra do Peloponeso, batalha travada entre atenienses e espartanos que arrastou toda a Grécia para uma guerra civil.

No caso das Guerras Médicas, elas aconteceram em dois momentos, nos quais os persas foram liderados primeiro por Dario e depois por Xerxes. O objetivo dos persas era conquistar a Grécia e anexá-la ao seu território, mas os gregos uniram-se e derrotaram-nos nas duas batalhas. Os dois momentos decisivos foram a Batalha de Maratona (490 a.C.) e a Batalha de Plateia (479 a.C.).

Depois desse conflito, os atenienses tiveram um período de supremacia na Grécia. Essa cidade viveu grande desenvolvimento cultural e econômico, sobretudo pelo seu papel de líder da Liga de Delos. O crescimento da influência ateniense incomodava Esparta, e então uma guerra entre as duas cidades iniciou-se em 431 a.C. Essa foi a Guerra do Peloponeso, que aconteceu em três fases, entre 431 a.C. e 404 a.C.

Os espartanos venceram essa guerra e colocaram-se como a grande força na Grécia. O domínio espartano não agradava a todos, e, em 371 a.C., a cidade de Tebas conseguiu derrotá-los, tornando-se a principal. No entanto, essa sucessão de guerras enfraqueceu a Grécia e tornou-a suscetível a invasões.

Em 336 a.C., Alexandre da Macedônia foi corado rei. Ele foi o responsável por expandir seu império pelo Oriente, derrotando os persas.

Em 338 a.C., Filipe II da Macedônia, rei dos macedônicos, liderou as tropas de seu povo e conquistou a Grécia. Dois anos depois, seu filho, Alexandre, tornou-se rei e expandiu os domínios macedônicos pelo Oriente, derrotando os persas. Como os macedônicos eram um povo helenizado, a cultura grega foi difundida por essa região. Depois da morte de Alexandre, o império macedônico enfraqueceu-se, e, séculos depois, os romanos conquistaram a Grécia.

A Influência da Grécia Antiga nos dias atuais

A herança cultural da Grécia se estende por todo o Ocidente até os dias de hoje. Convivemos diariamente com inúmeras criações gregas, entre elas:

Jogos Olímpicos: a reunião de varias nações no período de 4 em 4 anos, com competições em diversos jogos esportivos;

Artes Plásticas: a pintura e as esculturas gregas são classificadas até hoje como clássicas e harmônicas, influenciando grandes artistas;

Filosofia: no ensino das ciências humanas, autores e filósofos como Sócrates e Platão são citados como referências importantes;

Matemática: grandes matemáticos como Pitágoras e Tales de Mileto têm as suas descobertas usadas no ensino das ciências exatas;

Democracia: instituída em Atenas, a democracia é praticada em diversos países, como o Brasil.

Teatro: criado para representar as emoções e alegrar o povo, o teatro ganhou ainda mais força nos últimos séculos, influenciando diversas pessoas, se tornando um grande meio de entretenimento na sociedade Ocidental.




 

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