PRINCIPAIS REVOLTAS NATIVISTAS


REVOLTA DE BECKMAN

Revolta de Beckman, foi uma rebelião ocorrida na cidade de São Luís, Província do Maranhão (que incluía os atuais territórios do Maranhão, Ceará, Piauí, Pará e Amazonas) entre 1684 e 1685.

No sec.XVII, a base da economia do Grão-Pará eram as drogas do sertão(cacau, canela, pequi, guaraná entre outras). A extração desses produtos, bem como o trabalho nos engenhos de açúcar do Maranhão era feita pelos indígenas escravizados que trabalhavam para os colonos da região. Assim, quando foram proibidos de escravizar os índios, os colonos protestaram e exigiram uma atitude do governo português.

Para contornar a situação, Portugal criou a Companhia de Comércio do Maranhão.Ela seria responsável por fornecer africanos escravizados para os colonos, na tentativa de solucionar o problema com a mão de obre. Porém, além de não fornecer os escravos, ela falsificava pesos e medidas, cobrava caro pelos produtos que vendia e pagava barato pelos produtos que adquiria na região.

Por esses motivos, os colonos começaram a  planejar uma revolta contra a Companhia de comércio do Maranhão, os jesuítas e o governador local, acusado de corrupção e  de favorecer seus protegidos.
Liderados por Manoel Beckman , os colonos invadiram os armazéns da Companhia de Comércio do Maranhão, destituíram o governador local e ocuparam o colégio dos jesuítas em São Luís. Esse movimento recebeu o nome de revolta de Beckman.

O governo português enviou soldados ao Maranhão, que reprimiram o movimento e condenaram o principal líder a forca. Ao mesmo tempo atendeu as exigências dos colonos, extinguindo a Companhia de Comércio do Maranhão  e permitiu o retorno a escravização dos indígenas.

GUERRA DOS EMBOABAS (1707-1709)

Depois da descoberta de ouro na região das Minas Gerais(Sabará e Vila Rica), milhares de pessoas afluíram ao sertão mineiro. Vinham de Portugal e de diversos pontos do território nacional, atraídos pela idéia de enriquecimento fácil.

Nos primeiros anos da mineração ocorreram vários conflitos na região das minas. O principal deles ocorreu da disputa pelo ouro  entre entre paulistas (que descobriram o ouro) e os forasteiros (portugueses e outras pessoas de outras partes da América portuguesa que queriam explorar o ouro), apelidados de emboabas.

Os emboabas, liderados por Manoel Nunes Viana foram proibidos de entrar na região e reagiram pegando em armas. O conflito durou 2 anos e ficou conhecido como Guerra dos Emboabas. Durante o conflito, Manoel Nunes Viana foi aclamado governador de todas as minas.

Os emboabas venceram o conflito e para controlar melhor a região das minas o governo português resolveu: enviar um novo governador ao Rio, Criar a capitania de São Paulo e a das Minas de ouro (1710), que até então faziam parte da capitania do Rio de Janeiro, e elevar os povoados mais populosos da nova capitania a situação de vila.

GUERRA DOS MASCATES (1710-1711)

Na segunda metade do séc.XVII, o açúcar brasileiro vinha perdendo preço na Europa. Com isso, os senhores de engenho de Olinda vinham contraindo dívidas com os comerciantes de Recife (chamados de mascates). Assim, os mascates foram enriquecendo, enquanto os senhores de engenho de Olinda iam se endividando cada vez mais. Dessa situação se deu uma forte rivalidade entre os comerciantes de Recife (mascates) e o senhores de engenho de Olinda.

Embora ricos, os mascates não tinham poder político, pois Recife era controlada pela câmara municipal de Olinda, liderada pelos senhores de engenho locais. Conscientes de sua força, os comerciantes de Recife pediram ao rei de Portugal que elevasse seu povoado a vila, pois assim, teriam sua própria câmara municipal. Em 1710 o rei de Portugal atendeu ao pedido dos comerciantes que ergueram um pelourinho (coluna de pedra ou madeira, erguida em praça pública  no centro da cidade e que indicava que determinado local possuía autonomia. Era um símbolo de poder local).

Inconformados, os proprietários de Olinda se armaram, invadiram Recife e destruíram o pelourinho. Foi o início da Guerra dos Mascates. O governo português interveio em favor dos comerciantes, enviou um novo governador. Recife foi confirmada como vila e tornou-se capital  de Pernambuco.

 REVOLTA DE VILA RICA (1720)

Ao mesmo tempo em que incentivavam a extração do ouro, as autoridades portuguesas criavam e cobravam impostos sobre homens livres e escravizados, ferramentas, gêneros agrícolas e ouro. Os principais impostos eram:

Ø  Imposto de passagem sobre homens e animais em transito para as minas
Ø  Imposto de entrada sobre mercadorias que entravam nas minas
Ø  O quinto real que equivalia a 20% de todo ouro extraído, ou seja, 1/5 ou a quinta parte de todo ouro extraído.

Quanto maior era a opressão fiscal, mais a população reagia praticando o contrabando. Escondiam ouro nas imagens ocas de santos, nas solas das botas, entre os doces e salgados carregados pelas quitandeiras.

Para evitar o contrabando, o governo português aumentava o cerco. Assim, para evitar o desvio, em 1719 o governo português criou as Casas de Fundição, locais onde o ouro era transformado em barras, selado e quintado (era extraída sua quinta parte). A criação das Casas de Fundição aumentou a insatisfação das pessoas que já reclamavam do elevado preço dos alimentos. Esta situação ocasionou a revolta de Felipe dos Santos (Revolta de Vila Rica). As exigências eram: redução do preço dos alimentos e anulação do decreto que criava as casas de Fundição.

Felipe dos Santos e o comerciante Paschoal Silva Guimarães foram presos. Felipe dos Santos teve seu corpo esquartejado e exposto nas margens das estradas. Para aumentar seu controle sobre a colônia o rei separou Minas Gerais de São Paulo, criando em 1720 a capitania de Minas Gerais.  

Considerações finais:
Em todos esses movimentos as contestações se relacionavam a problemas locais das regiões, questionando aspectos da colonização portuguesa sem propor em nenhum momento a separação  da América portuguesa de Portugal. Assim, não se pensava na emancipação do país, e sim na melhora dos aspectos do pacto colonial. 



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