MEMÓRIA E HISTÓRIA ORAL


Em seus estudos, os historiadores utilizam diferentes tipos de vestígios, chamados de fontes ou documentos historicos. Estas podem ser escritas; (cartas, testamentos, obras de literatura, diários, registros de nascimentos, textos de jornais...), visuais ou pictograficas; (pinturas, gravuras, charges, desenhos, fotografias...), orais (depoimentos, histórias transmitidas de geração em geração) e materiais (vestígios de construções, instrumentos, utensílios e fósseis.).

As sociedades humanas sempre se preocuparam em relembrar e registrar os fatos importantes da vida de seu grupo para transmiti-los às gerações futuras. Até mesmo nas sociedades  em que os povos eram ágrafos (povos que não têm alguma forma de escrita) eles faziam e fazem isso através da tradição oral. Ou seja, era através da oralidade, da fala, dos poemas, das Histórias contadas e dos mitos que a cultura desse povo era preservada e passada de geração em geração. Era dessa forma que sua identidade era construída porque era dessa forma que aprendiam sobre as tradições, sobre as crenças, os costumes e valores de seu povo.

Nessas sociedades ágrafas, os anciãos assumem funções como a de guardiões da sabedoria dos antepassados e conselheiros, em outras palavras, eles são responsáveis pela transmissão do conhecimento oralmente através das gerações. Os idosos (anciãos) nessas sociedades transmitem técnicas, histórias dos antepassados, regras do convívio social, conhecimentos sobre a natureza, entre muitos outros saberes, são preservados sem a necessidade de documentos escritos.

Assista ao vídeo abaixo que fala sobre os Griot


Atualmente a historiografia faz uso da chamada História Oral, que é uma metodologia de pesquisa que consiste em realizar entrevistas gravadas com pessoas que podem testemunhar sobre acontecimentos, conjunturas, instituições, modos de vida ou outros aspectos da história contemporânea. As entrevistas de história oral são tomadas como fontes para a compreensão do passado, ao lado de documentos escritos, imagens e outros tipos de registro.

Porém, é importante que esses relatos passem por todo um processo de crítica e análise do históriador, uma vez que essas memórias  estão carregadas de emoção, e também podem ser permeadas por interesses políticos e ideologicos entre outros. Além disso ela nem sempre é individual, ela pode ser coletiva e muitas vezes contadas por pessoas que nem mesmo presenciaram o evento. Assim, embora a memória seja uma reconstrução do passado, ela se diferencia da História pois não passa por uma reflexão crítica como é o caso da História. Por isso, a memória, a oralidade devem ser usados como fontes e não como História ou como únicas verdades sobre um fato ou evento, pois são limitadas a visão que um determinado grupo ou indivíduo faz sobre o passado. Ela está dessa maneira ligada aos interesses desse grupo.

A memória, no entanto não se encontra também no patrimônio Histórico material e imaterial, pois são locais que nos remetem a sua História, que nos fazem refletir sobre sua História, e que ao mesmo tempo servem para dar identidade a um povo. A identidade é um sentimento de pertencimento que faz com que o indivídua se identifique com um coletivo e ao mesmo tempo se diferencie do outro. Esses locais ao evocarem o passado e terem significado para um povo, para um grupo são importante não somente pelo seu caráter historico, mas também por ajudarem na preservar a identidade, a cultura de uma determinada coletividade.

Assista ao vídeo abaixo que fala sobre o patrimônio, identidade e memória.


 










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