FIM DO PRIMEIRO REINADO

 D. Pedro I, cada vez mais impopular 

A brutal repressão à Confederação do Equador contribuiu para derrubar a popularidade que D. Pedro I tinha no início de seu governo. Além de autoritário, D. Pedro I mostrava-se incompetente para resolver a crise econômico-financeira que o país atravessava. Ano após ano, a balança comercial brasileira apresentava-se negativa, ou seja, o valor gasto com as importações era maior do que o ganho com as exportações.

Para fazer frente às suas despesas, o governo de D. Pedro I pedia empréstimos aos bancos estrangeiros e emitia moeda. Isso gerava inflação. Conforme o preço dos alimentos e dos aluguéis subia, a popularidade do Imperador diminuía. Em 1829, como reflexo dessa crise, o Banco do Brasil, fundado na época de D. João VI, faliu. 

Questão da Cisplatina 

A Província Cisplatina (atual Uruguai) havia sido anexada ao Brasil por D. João VI. Os cisplatinos, descendentes de indígenas e espanhóis, queriam libertar-se do Brasil. Em sua luta pela independência, conseguiram o apoio dos argentinos, que tinham interesse em dominar a região cisplatina. Com a ajuda dos argentinos, os cisplatinos venceram a guerra contra  os brasileiros e transformaram a Cisplatina em um país independente chamado República do Uruguai. A guerra para impedir a independência da Cisplatina aumentou mais ainda as críticas a D. Pedro I. 

A sucessão do trono português 

Quando D. João VI morreu, em 1826, deixou o trono português para seu filho D. Pedro I. Este, no entanto, renunciou a ser rei de Portugal em favor de sua filha, D. Maria da Glória. Mas D. Miguel, irmão de D. Pedro I, deu um golpe e ocupou o trono da sobrinha, proclamando-se rei de Portugal. D. Pedro I reagiu preparando-se militarmente para conquistar o trono português. Os políticos brasileiros o acusaram de estar mais interessado nos assuntos de Portugal do que nos do Brasil. Isso aumentou sua impopularidade.

A abdicação de D. Pedro I 

As críticas ao governo de D. Pedro I circulavam na imprensa. Um dos seus principais críticos, o jornalista Libero Badaró, acabou assassinado em 1830 em São Paulo. Sua morte foi atribuída aos simpatizantes do imperador e  isso gerou protestos em todo o país. D. Pedro I tentou visitar algumas províncias buscando recuperar seu prestígio, mas foi em vão; em Minas Gerais, o imperador foi recebido com protestos. Os sinos das igrejas mineiras tocaram o dobre de finados para lembrar ao imperador a morte do jornalista. 

Na volta da viagem que fez às províncias, D. Pedro I foi recebido no de Janeiro pelos comerciantes portugueses com uma grande festa iluminada por muitas fogueiras. Esta recepção calorosa deu origem a brigas de rua entre "brasileiros" e "portugueses", entre 12 e 15 de março de 1831, que ficaram conhecidas como Noites das Garrafadas. Com o objetivo de recuperar seu prestígio, D. Pedro I formou um ministério só com políticos da oposição mas as críticas continuaram aumentando. D. Pedro I decidiu, então, substituir o Ministério dos Brasileiros por outro formado por seus amigos portugueses. Diante disso, populares, deputados, jornalistas e militares saíram às ruas do Rio de Janeiro para exigir a volta do ministério deposto. 

Pressionado pela multidão, D. Pedro I abdicou em 7 de abril de 1831. Deixou o trono brasileiro para seu filho Pedro de Alcântara, garantindo assim, a continuidade da monarquia no Brasil. Como o menino tinha 5 anos de idade, o Brasil passou a ser governado por regentes. 



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