Esparta



Esparta era muito diferente de Atenas, a começar pela localização. Estava situada na Península do Peloponeso, entre altas montanhas, e não tinha saída para o mar. A cidade foi fundada pelos dórios, que, depois de conquistar os povos vizinhos, os submeteram ao seu domínio. Desde o começo de sua história, Esparta mais parecia um acampamento militar. Na infância, os espartanos eram preparados para a vida militar. Segundo o historiador Heródoto, o lema dos espartanos era "não fugir do campo de batalha diante de qualquer número de inimigos, mas permanecer firmes em seus postos e neles vencer ou morrer". 

Por volta do século VIII a.C., a sociedade espartana estava dividida em três grupos sociais. 

Os espartanos eram donos das melhores e maiores terras e os únicos que podiam ocupar cargos políticos e militares. 

Os periecos eram homens livres sem direitos políticos e dedicavam-se ao artesanato, ao comércio ou ao cultivo de uma pequena propriedade. 

Os hilotas eram descendentes dos messênios, povo derrotado pelos espartanos. Os hilotas eram de propriedade do Estado e podiam ser entregues aos cidadãos espartanos para trabalharem. 

Política em Esparta 

O governo espartano era bem diferente do ateniense, e seus principais órgãos eram: 

Ápela: assembléia da qual participavam os cidadãos (isto é, espartanos com 30 anos ou mais). Votava sem discutir as propostas da Gerúsia. 

Gerúsia: conselho formado por 30 anciãos, com mais de 60 anos, do qual faziam parte dois reis. Os gerontes propunham leis, decidiam se a cidade devia ou não participar de uma guerra, julgavam crimes. 

Eforato: órgão formado por cinco membros (éforos), eleitos por um ano. Os éforos punham em prática as decisões da Gerúsia. Por essas características, o governo de Esparta pode ser definido como uma oligarquia, palavra de origem grega que quer dizer "governo de poucos", ou governo exercido por uma minoria. 

Para saber mais

 Infância, adolescência e educação dos espartanos 

Conta-nos um historiador grego que em Esparta: 

Quando nascia uma criança, não era seu pai que decidia se iria criá-la ou não. O recém-nascido era levado ao lugar onde se reuniam os mais velhos, que o examinavam. Se fosse sadio e robusto, podia ser criado pelos pais [...]. Se, ao contrário, fosse fraco e deficiente, era lançado no precipício. Julgavam que isso era o melhor para a criança e para o governo. 


Até os 7 anos, os meninos eram criados pelas suas mães. Elas os deixavam andar descalços para ter pés calejados e os cobriam só com uma túnica para aprenderem a suportar o frio. Dos 7 anos em diante, passavam a viver com outros garotos da mesma idade em acampamentos do governo. Nesses acampamentos, aprendiam somente a ler, escrever e contar. No resto do tempo, praticavam esportes, recebiam instrução militar e treinavam sobrevivência no mato. 

Ao completar 16 anos, passavam por uma série de provas, das quais a mais terrível era a Krypteia: levantavam-se de madrugada, armavam-se de punhais e, em bandos, invadiam as casas dos hilotas para assassiná-los. Com isso, os espartanos regulavam o crescimento da população hilota. Aos 20 anos, os espartanos ingressavam no exército. Aos 30, casavam-se e recebiam um lote de terra do governo, acompanhado de um certo número de hilotas. A partir dessa data eram considerados cidadãos, ou seja, podiam votar, ocupar cargos públicos etc.

As mulheres, por sua vez, também faziam exercícios físicos e, assim, se preparavam para ser mães de filhos fortes e saudáveis. Em Esparta, era essa a principal função da mulher. 


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