MESOPOTÂMIA



A Mesopotâmia era uma região do Oriente Médio localizada entre os rios Tigre e Eufrates e abrigou diversas civilizações da antiguidade oriental. Ela estava inserida em um Crescente Fértil, característica de regiões desérticas banhadas por importantes rios que garantiam a fertilidade do solo. A Mesopotâmia teve como principais povos os sumérios, amoritas, assírios e caldeus.

A Mesopotâmia é considerada um dos berços da civilização, pois abrigou os primeiros povos da humanidade que se organizaram de maneira sedentarizada. Os primeiros a fixaram-se na região foram os sumérios, por volta de 5000 a.C. Eles foram os responsáveis pela construção das primeiras cidades, como Ur e Eridu.

As cidades sumérias eram consideradas cidades-estado por possuir administração independente uma das outras. Os sumérios também construíram as primeiras barragens, reservatórios e canais de irrigação para conter as cheias dos rios e armazenar e transportar água para regiões distantes.

Para facilitar a contabilidade do comércio e da produção agrícola, os sumérios desenvolveram a primeira forma de escrita da humanidade, conhecida como escrita cuneiforme. Esse tipo de escrita era feito em blocos de argila com o uso de um objeto pontiagudo, que era chamado de cunha. Os sumérios utilizavam a argila para escrever, e quando queria que seus registros fossem permanentes, as tabuletas cuneiformes eram colocadas em um forno. Assim, podemos perceber que a  escrita surge como necessidade do desenvolvimento da economia e da sociedade que estavam ocorrendo principalmente no Oriente Médio. O seu principal uso foi na contabilidade e na administração, era importante, pois facilitava o registro de bens, marcas de propriedade, cálculos e transações comerciais.

Por volta de 2200 a.C., os sumérios foram conquistados pelos acádios que habitavam na região central da Mesopotâmia (os sumérios habitavam ao sul). Com a chegada dos acádios, foi formado o Império Acádio, que teve Sargão I como principal rei. Esse império teve curta duração, pois logo foi destruído com a chegada dos gútios e dos elamitas na Mesopotâmia.

Em 1900 a.C., os amoritas, a partir da cidade da Babilônia, iniciaram a conquista da Mesopotâmia e formaram o Primeiro Império Babilônico. Com o reinado de Hamurábi, esse império transformou Babilônia em um importante centro urbano da época. Foi esse rei que também organizou o famoso Código de Hamurábi. Código de leis criado para padronizar as ações do rei Hamurabi, estipulando direitos e deveres para a população e facilitando sua administração. Porém, as pessoas eram desiguais perante a lei e as sentenças eram estipuladas de acordo com a camada social a que cada um pertencia.

O Código de Hamurábi agrupava uma série de leis da época baseadas no princípio da Lei de Talião, com o lema “olho por olho, dente por dente”. Esse conjunto de leis estipulava que quem cometesse delitos seria punido de maneira equivalente e proporcional ao dano que havia cometido. O objetivo principal era unificar o reino por meio de um código de leis comuns e  trazer justiça, mesmo que a maioria dos artigos sejam baseados na idéia de “olho por olho, dente por dente” e não correspondam às idéias mais modernas de justiça contida em na constituição (nosso código de leis mais importante).  A importância histórica do Código de Hamurabi deve-se pelo fato de ele ter se tornado a fonte jurídica na qual se basearam as leis de praticamente todos os povos semitas da antiguidade, incluindo os assírios, os caldeus e os próprios hebreus.

O domínio dos amoritas enfraqueceu-se com a morte de Hamurábi e com os ataques que sofreram de cassitas e hititas.

Em 1200 a.C., os assírios conquistaram a Mesopotâmia por meio de seus organizados exércitos, que se profissionalizaram ao longo do segundo milênio a.C. A sociedade assíria era conhecida por ser altamente militarizada, e seus soldados ficaram conhecidos como temíveis guerreiros que usavam de bastante violência contra seus inimigos.

Por fim, o último grande povo mesopotâmico foram os caldeus, que conquistaram os assírios em 612 a.C. A partir do reinado de Nabucodonosor, esse povo formou o Segundo Império Babilônico que, contudo, teve pequena duração. Atribui-se a Nabucodonosor o feito de ter construído os Jardins Suspensos da Babilônia, apesar de haver pouquíssimos indícios que confirmem a existência dessa construção. Os caldeus foram conquistados em 539 a.C. pelos persas, liderados por Ciro II.


As principais ciências estudadas na Mesopotâmia:

A Astronomia. Entre os babilônicos, foi a principal ciência. Notáveis eram os conhecimentos dos sacerdotes no campo da astronomia, muito ligada e mesmo subordinada a astrologia. As torres dos templos serviam de observatórios astronômicos. Conheciam as diferenças entre os planetas e as estrelas e sabiam prever eclipses lunares e solares. Dividiram o ano em meses, os meses em semanas, as semanas em sete dias, os dias em doze horas, as horas em sessenta minutos e os minutos em sessenta segundos. Os elementos da astronomia elaborada pelos mesopotâmicos serviram de base à astronomia dos gregos, dos árabes e deram origem à astronomia dos europeus;

A Matemática. Entre os caldeus, alcançou grande progresso. As necessidades do dia-a dia levaram a um certo desenvolvimento da matemática.Os mesopotâmicos usavam um sistema matemático sexagesimal (baseado no número 60). Eles conheciam os resultados das multiplicações e divisões, raízes quadradas e raíz cúbica e equações do segundo grau. Os matemáticos indicavam os passos a serem seguidos nessas operações, através da multiplicação dos exemplos. Jamais divulgaram as formulas dessas operações, o que tornaria as repetições dos exemplos desnecessárias. Também dividiram o círculo em 360 graus, elaboraram tábuas correspondentes às tábuas dos logarítimos atuais e inventaram medidas de comprimento, superfície e capacidade de peso;

A Medicina. Os progressos da medicina foram grandes (catalogação das plantas medicinais, por exemplo). Assim como o direito e a matemática, a medicina estava ligada a adivinhação. Contudo, a medicina não era confundida com a simples magia. Os médicos da Mesopotâmia, cuja profissão era bastante considerada, não acreditavam que todos os males tinham origem sobrenatural, já que utilizavam medicamentos à base de plantas e faziam tratamentos cirúrgicos. Geralmente, o medico trabalhava junto com um exorcista, para expulsar os demônios, e recorria aos adivinhos, para diagnosticar os males.

Religião

A religião na Mesopotâmia era politeísta, ou seja, eles adoravam a vários Deuses.Os deuses, extremamente numerosos, eram representados à imagem e semelhança dos seres humanos. O sol, a lua, os rios, outros elementos da natureza e entidades sobrenaturais, também eram cultuados. Embora cada cidade possuísse seu próprio deus, havia entre os sumérios algumas divindades aceitas por todos. Na Mesopotâmia, os deuses representavam o bem e o mal, tanto que adotavam castigos contra quem não cumpria com as obrigações.

O centro da civilização sumeriana era o templo, a casa dos deuses que governava a cidade, além de centro da acumulação de riqueza. Ao redor do templo desenvolvia-se a atividade comercial. O patesi representava o deus e combinava poderes políticos e religiosos.

Apenas aos sacerdotes era permitida a entrada no templo e dele era a total responsabilidade de cuidar da adoração aos deuses e fazer com que atendessem as necessidades da comunidade. Os sacerdotes do templo estavam livres dos trabalhos nos campos, dirigiriam os trabalhos de construção de canais de irrigação, reservatórios e diques.

A música na Mesopotâmia, principalmente entre os babilônicos, estava ligada à religião. Quando os fiéis estavam reunidos, cantavam hinos em louvor dos deuses, com acompanhamento de música. Esses hinos começavam muitas vezes, pelas expressões: "Glória, louvor tal deus; quero cantar os louvores de tal deus", seguindo a enumeração de suas qualidades, de socorro que dele pode esperar o fiel.




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