MAIAS


 

Viviam na região que corresponde a atual Península de Iucatã, no México, como também Belize e partes da Guatemala e Honduras na América Central.



Organização Política dos Maias

Os maias não chegaram a construir um império unificado, como os astecas e os incas.Organizavam-se politicamente em cidades-estados que, juntamente com as aldeias, formavam unidades políticas independentes, cada qual com um grau de desenvolvimento próprio. Em cadacidade-estado a autoridade e o poder eram exercidos em nome de um deus.

O chefe de governo das cidades era assessorado por um conselho e auxiliado por um conjunto de funcionários públicos responsáveis pela manutenção da ordem pública, como os chefes das aldeias, os chefes militares entre outros.

Economia Maia

A economia da civilização maia era basicamente agrícola. Cultivavam o milho, produto considerado sagrado, o algodão, o cacau e o agave. Completavam suas atividades econômicas com a caça, a pesca e o artesanato. O modo de produção era coletivo, o solo não era propriedade privada, teoricamente o Estado era o proprietário de todas as terras.

Enquanto membro da aldeia, todo camponês tinha o direito de usar as terras e delas tirar o sustento, com obrigação de pagar o imposto coletivo, cobrado pelo Estado. O Estado apropriava-se também da força de trabalho dos camponeses, obrigando-os a trabalhar gratuitamente na construção de palácios, templos e grandes obras de irrigação e represas.

Sociedade e Cultura dos Maias

A grandiosidade da sociedade maia foi construída com o trabalho de uma população controlada e disciplinada. A organização social era rígida. Existiam três camadas sociais.

A camada mais alta era a da família real, dos ocupantes dos principais postos do governo e dos comerciantes.

Na segunda camada estavam os servidores do Estado, como os cobradores de impostos, os responsáveis pela defesa e os dirigentes das cerimônias.

Na última camada estavam os trabalhadores braçais e os agricultores.

O grupo social mais poderoso, o dos sacerdotes, monopolizava a escrita e os conhecimentos científicos, principalmente a astronomia e a matemática.

Os maias acreditavam que o destino da humanidade era regido pelos deuses, por isso a religião esteve presente em todas as atividades culturais do povo.

ESCRITA MAIA

Glifos maias em estuque no museu de Palenque, México.
O sistema de escrita Maia, foi fruto do intercâmbio cultural estabelecido com a civilização olmeca, que anteriormente ocupou a região mexicana entre os anos de 1500 e 400 a.C.. Desprovido de um sistema alfabético, a escrita maia contava com um extenso conjunto de caracteres que representavam sons ou símbolos.

Os pesquisadores ainda não foram capazes de decifrar integralmente os códigos usados pelos maias. Toda essa dificuldade é proveniente da falta de um padrão simplificado onde um glifo representa um único som ou letra. A escrita dos maias adota o uso de um mesmo caractere para representar dois ou mais símbolos e sons. Ao mesmo tempo, um mesmo conceito poderia ser representado por caracteres completamente diferentes.

Além de constituir uma forma de comunicação entre os maias, a escrita também tinha uma vinculação religiosa. Os maias acreditavam que a escrita era um presente dos deuses e, por isso, deveria ser ensinada a uma parcela privilegiada da população. De maneira geral, utilizavam diferentes materiais para o registro de alguma informação. Pedras, madeira, papel e cerâmica eram os materiais mais recorrentes. Além disso, os maias também fabricavam livros e códices confeccionados a partir de fibra vegetal, resina e cal.

De forma geral, os documentos maias privilegiavam o registro dos fatos cotidianos do povo. Uma importante função da escrita era o registro do tempo, pelo qual eram regulamentados os períodos de celebração religiosa. Outros escritos contavam do desenvolvimento de novos conhecimentos e rituais religiosos.

Religião dos Maias

Os maias acreditavam que o destino era regido pelos deuses. Itzamna, senhor do céu, era o deus mais importante. Eram cultuados ainda os deuses da Lua, do Sol, da chuva, do vento, da morte e da vida, além das divindades ligadas à agricultura e à caça. Às divindades eram oferecidos diversos alimentos, sacrifício de animais e de humanos, em cerimônias que incluíam danças e representações teatrais.

Declínio da Civilização Maia

Ruínas de Tikal, Guatemala


A partir do século IX começou o declínio lento e contínuo da civilização maia. Várias são as hipóteses a respeito desse fato.

Alguns estudiosos acreditam que pode ter sido devido às guerras, lutas internas, invasões ou a má administração em relação à exploração da terra. O esgotamento do solo teria tornado a produção insuficiente para às necessidades de consumo e obrigado os maias a abandonarem suas principais cidades. O que se afirma, com certeza, é que quando os espanhóis chegaram à América, a civilização maia não existia mais.


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