REVOLTAS SEPARATISTAS
As revoltas separatistas, assim como
as nativistas, também ocorrem durante o período colonial, porém, tinham a
intenção de tornar independente de Portugal cada uma das regiões em que
ocorreram.
Causas principais das Revoltas Separatistas:
• Cobrança elevada de impostos de Portugal
sobre o Brasil.
• Pacto Colonial.
• Privilégios que os portugueses tinham na
colônia em relação aos brasileiros.
• Falta de autonomia política e jurídica, pois
todas as ordens e leis vinham de Portugal.
• Punições violentas contra os colonos
brasileiros que não seguiam as determinações de Portugal.
• Influência dos ideais do Iluminismo
e dos movimentos separatistas ocorridos em outros países
As principais revoltas separatistas
foram:
Ø
Inconfidência
Mineira
Ø
Conjuração
Baiana ou rebelião dos alfaiates
CONJURAÇÃO
MINEIRA
A Inconfidência Mineira ou Conjuração
Mineira foi um movimento de caráter separatista que ocorreu na então
capitania de Minas Gerais em 1789. O objetivo era proclamar uma República independente,
criar uma universidade e abolir dívidas junto à Fazenda Real. O movimento,
porém, foi descoberto antes do dia marcado para a eclosão por conta de uma
delação e seus líderes foram presos e condenado
A partir de 1760, as jazidas de ouro mineira começaram
a se esgotar, mas mesmo assim, a coroa portuguesa continuou cobrando pesados
impostos e fazendo proibições como impedir a instalação de industrias no
Brasil. Essa política opressiva empobrecia os habitantes da colônia e aumentava
o medo e a insegurança em Minas Gerais.
1788, quando um novo governador, enviado de
Portugal anunciou a derrama (era a cobrança forçada dos impostos atrasados), um
clima de revolta tomou conta da população, pois a capitania de Minas Gerais
devia a Portugal mais de 5 toneladas de ouro.
Enquanto os colonos alegavam que não podiam pagar,
porque o ouro estava se esgotando, as autoridades portuguesas diziam que o
problema era que o ouro estava sendo desviado.
Reagindo a essa situação, um grupo de homens,
quase todos da elite de Minas Gerais, começaram a se reunir em Vila Rica para
planejar uma rebelião contra o domínio português.
Entre os rebeldes estavam: Tomás Antônio Gonzaga,
juiz de Vila Rica; Claudio Manoel da Costa, advogado e intelectual renomado;
Inácio de Alvarenga Peixoto, dono de jazidas e filho de grande fazendeiro e
comerciante; Padre Oliveira Rolim, Chefe político do Arraial do Tijuco, agiota
e negociante de diamantes; Joaquim Silvério dos Reis, contratador. Eram em sua
maioria homens ricos, que temiam perder tudo caso a derrama fosse aplicada.
Entre eles estava também o alferes Joaquim José da
Silva Xavier, que havia sido dentista prático, tropeiro, e garimpeiro.
Os inconfidentes defendiam:
Ø A
independência de Minas Gerais
Ø A
proclamação de uma república com capital em São João Del Rei
Ø Criação
de uma universidade em Vila Rica
Ø Criação
de uma casa de moeda para controlar a emissão de dinheiro
A bandeira da república mineira teria a inscrição Libertas quae sera tamen, que significa “Liberdade ainda que tardia”.
Embora parte dos conjurados fosse movida por
idéias iluministas e de mudança, outra parte tinha como único objetivo a
suspensão da derrama. Os conjurados divergiam quanto a escravidão. A maioria
deles era composta por senhores de terra, mineradores e grandes comerciantes,
portanto, eram a favor da continuidade da escravidão. Apenas Alvarenga Peixoto
e o padre Carlos Correia de Toledo eram favoráveis a abolição.
A rebelião foi denunciada por vários indivíduos,
um deles Joaquim Silvério dos Reis, contou o plano ao visconde de Barbacena
(governador) em troca do Perdão de uma dívida que tinha com Portugal.
O governador suspendeu a derrama e determinou a
perseguição dos envolvidos. Tiradentes e os demais conjurados foram presos.
Somente Tiradentes foi condenado a morte. Os demais receberam pena de degredo
nas colônias portuguesas da África. Tiradentes foi enforcado e esquartejado.
Suas partes foram esparramadas pelo caminho que ligava o Rio de Janeiro a Minas
Gerais e sua cabeça ficou em Vila Rica. O objetivo era lembrar a todos o preço
a ser pago por quem se rebelasse contra a monarquia.
A CONJURAÇÃO BAIANA (1798)
Ocorreu em Salvador, em 1798. Na época, mais ou
menos 65% da população era afrodescendente. Muitos eram escravizados; outros
libertos ou livres, trabalhavam como carregadores, artesãos, soldados,
pescadores, pedreiros e vendedores ambulantes e alfaiates.
Em Salvador, no final do séc. XVIII, a população e
o comércio vinham crescendo e levando prosperidade para os senhores de terra e
grandes comerciantes. Porém, para a maioria da população a situação era
crítica, porque os preços vinham subindo mais que os seus ganhos. Os impostos
abusivos e a obrigação de importar produtos industrializados (o Brasil era
proibido de fabricar produtos industrializados) também contribuíam para encarecer
os produtos. Havia ainda o racismo contra os afrodescendentes que prejudicava a
vida em sociedade.
Essa situação gerava insatisfação entre as camadas
pobres e médias da população. Entre os insatisfeitos estavam o médico Cipriano
Barata e o padre Agostinho Gomes que começaram a pregar idéias de liberdade,
igualdade e fraternidade, o que atraiu muitas pessoas pobres. Alguns homens
ricos também foram atraídos pelo movimento, pela possibilidade de romper com Portugal
e estabelecer o livre comércio com as nações.
Em 12 de agosto de
1798, Salvador amanheceu com dezenas de panfletos afixados em seus prédios públicos.
Em seus panfletos, os rebeldes defendiam:
Ø Fim
do domínio português na Bahia
Ø Proclamação
de uma república em que todos tivessem igualdade de tratamento
Ø Abertura
do porto de Salvador para o livre comércio
Ø Diminuição
dos impostos e aumento dos soldos e da oferta de alimentos
Ø Fim
do preconceito contra os negros
Os ideais que defendidos pelos rebeldes se devia
a influência da Revolução Americana (1776), da Revolução Francesa (1789) e as
lutas por liberdade em São Domingos (1791). Sabendo disso e por temer essas
influencias, a reação foi imediata. O governador geral da Bahia D. Fernando
José de Portugal e Castro mandou prender dezenas de rebeldes e condenou a morte
quatro lideres da rebelião, todos afrodescendentes e pobres.
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