O Antigo Egito



A Civilização do Egito nasceu no Nordeste do continente africano há mais 5 mil anos, próximo as margens do Rio Nilo. O clima rigoroso do deserto fez com que as margens do rio Nilo se tornassem áreas férteis no meio do deserto. Essas terras eram férteis por causa das cheias provocadas pelas intensas chuvas que caem na nascente do rio, e atravessam uma extensão de terra de mais de 6 mil quilômetros.



No entanto, nem sempre essas cheias traziam apenas farturas. Muitas vezes, elas também destruíam as plantações e as aldeias, pois eram muito violentas. Os egípcios construíram reservatórios para armazenar grandes quantidades de água, abastecendo as regiões mais distantes. A água foi tão importante para a civilização egípcia que o historiador grego Heródoto (século 5 a.C.) Afirmou: “ A maior parte do Egito é uma dádiva do Nilo”.

O Poder do Faraó

O rei do Egito passou a ser chamado de faraó, termo que significa “rei das duas Terras”. Com o tempo, os faraós foram adquirindo cada vez mais poderes, criando leis, impostos, comandando o exército, a produção agrícola e a utilização da água. 

Foi sob o poder desses reis que o Egito construiu as maiores obras de engenharia. Além disso, a maior
parte das terras era do governo.Como esses faraós conseguiram acumular tanto poder?

O poder dos faraós estava baseado na religião, pois a população via na figura do faraó uma representação dos deuses. Os egípcios obedeciam às rígidas regras estabelecidas pelo rei porque temiam ser castigados.

Os faraós organizavam as construções de obras, como pirâmides, templos e canais de irrigação. Eram chefes do exército e determinavam os impostos a serem pagos, criavam as leis e decidiam para quem doariam as terras do governo.

O Egito dividiu o governo teocrático em três partes que foram:
Antigo Império – 3200 a 2000 a. C.
Médio Império – 2000 a 1580 a. C.
Novo Império – 1580 a 1085 a. C.

O sistema do governo em que o rei é considerado uma divindade é chamado de monarquia teocrática.

Antigo Império

Durante o Antigo Império, os faraós conquistaram enormes poderes no campo religioso, militar e administrativo. Essa época foi conhecida como a época das pirâmides. O primeiro a criar uma pirâmide foi o rei Djezer e seu arquiteto Imhotep, em Sakara.

Mais tarde um outro faraó, Snefer, inspirado nessa pirâmide construiu três pirâmides, porque só a ultima tinha condições de abrigar a múmia do rei. O filho (Kufu ou Keops), o neto (Quefrem) e o bisneto (Mikerinos) de Snefer construíram as magníficas pirâmides de Gizé. A família da 5ª dinastia talvez tenha sido a família mais poderosa de toda a historia do Egito.

A sociedade era dividida em funcionários que auxiliavam o faraó e uma imensa legião de trabalhadores pobres, que se dedicavam à agricultura, ás construções e arcavam com pesados tributos. No Antigo Império, a capital do Egito foi, primeiro, a cidade de Tinis; depois, a de Mênfis. Por volta de 2400 a.C., O Império Egípcio foi abalado por uma série de revoltas lideradas pelos administradores de províncias. O objetivo destas era enfraquecer a autoridade do faraó. Com a autoridade enfraquecida, o poder do faraó declinou, a sociedade egípcia desorganizou-se e o Egito viveu um período de distúrbios e guerra civil.

Médio Império

Representantes da nobreza de Tebas conseguiram reunir forças para acabar com as revoltas que abalavam o Egito. Essa cidade acabou tornando-se a capital do Império Egípcio. Dela surgiram novos faraós que governaram o império nos séculos seguintes. Durante o Médio Império, o Egito atingiu certa estabilidade política, crescimento econômico e florescimento artístico. Isso impulsionou a ampliação das fronteiras, levando a conquista militar da Núbia. Por volta de 1750 a.C., o Egito foi invadido pelos hicsos (povo nômade vindo do Oriente Médio), que se mostraram superiores aos egípcios em termos de técnicas militares. Dessa forma os invasores conseguiram dominar a região norte do Egito e estabelecer a capital em Ávaris. Assim permaneceram por, aproximadamente, 170 anos.

Novo Império

Novamente a nobreza de Tebas reuniu forças e conseguiu expulsar os hicsos, restabelecendo a unidade política do Egito. Iniciou-se, então, o Novo Império. Usando técnicas militares aprendidas com os hicsos, os faraós organizaram exércitos permanentes, lançando-os em guerras de conquistas. Assim, invadiram territórios do Oriente Médio, dominando cidades como Jerusalém, Damsco, Assur e Babilônia. Os povos dominados eram obrigados a pagar tributos ao faraó em forma de ouro, escravos, alimentos, artesanato etc. Nessa época é que existiu os faraós mais famosos, como Hatchepsut, Akenaton, Ramsés - O Grande, entre outros. A Rainha Hatchepsut governou o Egito, mesmo sendo uma mulher, e não foi um mal governo: ela construiu maravilhosos monumentos que são muito conhecidos hoje em dia, mas depois de morta seu nome foi apagado. Os egípcios não gostava da idéia de terem sidos governados por uma mulher. Ramsés, O Grande além de ter sido um grande guerreiro foi um grande construtor, foi ele que construiu os templos em Abu Simbel, ele é até citado na bíblia, na historia de Moisés ele seria o faraó que se recusou a soltar o "povo de Moisés".

Akenaton foi um grande revolucionário, ele implantou o monoteísmo, fazendo todos acreditarem apenas em Aton o deus Sol. Ele também mudou a capital do Egito de Tebas para El-amarna. Mas depois seu filho, Tutankamon voltou a antiga capital do Egito. Tutankamon se tornou famoso por sua tumba encontrada intacta. Ele tinha 9 anos quando virou faraó e morreu aos 18.

A partir de 1167 a.C., o Império Egípcio foi agitado por revoltas populares, entrando em período de decadência. A maioria da população era sobrecarregada de impostos e afundava em crescente pobreza. Enquanto isso, o faraó e sua família, os chefes militares e os sacerdotes exibiam luxo, riqueza e poder.

A economia Egípcia

Uma das características da economia egípcia era o poder centralizador do Estado na figura do Faraó. A pedido do Imperador, os artesãos eram requisitados para a construção de templos e para a fabricação de armas para o exército. Com isso o comércio externo tornou-se possessão do Estado, pois só ele dispunha de material em demasia para a exportação. 

Era comum o cultivo do linho, do algodão, da vinha, dos cereais e da oliveira. Os animais mais utilizados nesse período foram o boi e o asno, mas existia a criação de carneiros, cabras e gansos. O uso do cavalo só ocorreu no nono império, e o camelo, animal símbolo da civilização egípcia, só foi utilizado na época de Ptolomeu. Apesar de a agricultura ser a principal base econômica, já existiam em pequena quantidade indústrias de cerâmicas, de mineração e têxteis.

Sociedade

A antiga sociedade egípcia estava dividida de maneira rígida e nela praticamente não havia mobilidade social, ou seja, não havia possibilidade de subir ou mudar de classe social.



1)Faraó e sua família (não pagavam impostos)

2) Nobres:  Comandavam províncias ou principais postos do exército, os cargos eram hereditários.
Sacerdotes: Cuidavam dos cultos religiosos,  Administravam os bens do templo e  Interpretavam as vontades dos deuses.
Funcionários públicos que cobravam impostos, fiscalizavam a economia, organizavam as leis. Todos
sabiam ler, escrever e contar.

3)Soldados: responsáveis pela defesa do Egito

4)Escribas: profissionais que tinham a função de escrever textos, registrar dados numéricos, redigir leis, copiar e arquivar informações

5)comerciantes: responsável por desenvolver uma economia baseada no comércio e na circulação de riquezas entre o seu povo e as civilizações vizinhas.

6)Artesãos: trabalhadores urbanos como barbeiros, ferreiros, barqueiros, tecelões, carpinteiros...
Muitos trabalhavam em construções e viviam quase sempre na pobreza.

7) Felás: camponeses ou trabalhadores das obras públicas, transporte... Eram a grande maioria dos
egípcios e viviam na miséria.
Escravos: presos de guerra, trabalhavam nos serviços mais pesados como as pedreiras. Viviam
precariamente, mas tinham alguns direitos, como casar com pessoas livres, possuir bens,
testemunhar... (Alguns tinham altas colocações, inclusive alguns estavam entre os escribas).


Religião no Antigo Egito

Os antigos egípcios cultuavam diversos deuses, por isso, eram considerados politeístas. Esses deuses poderiam ter a forma humana (antropomorfismo), de animais (zoomorfismo) ou misturar as características de ambas às formas. Além dos deuses, adoravam os elementos do universo, como o Sol, o Céu, a Terra, além do rio Nilo e o faraó.

O principal deus do Egito era Rá, o deus do Sol. Segundo a tradição egípcia, Rá e outro dois deuses, Osíris (deus dos mortos) e Ísis (deusa – mãe) teriam mostrado aos egípcios os elementos da cultura, artes, agricultura e as normas da civilização.

Os principais Deuses egipcios eram:
, o deus Sol, unido ao deus Amon, formando Amon-Rá, era o principal deus.
A deusa Nut, representada por uma figura feminina, era a mãe de Rá (Sol). Ela engoliu Rá, formando a noite e fazendo-o renascer a cada manhã.
Ísis foi esposa de Osíris, mãe de Hórus, protegia a vegetação e era a deusa das águas e das sementes.
O deus Hórus foi o deus falcão, filho de Ísis e Osíris, cultuado como o sol nascente.
Osíris, deus dos mortos, da vegetação e da fecundidade, era representado pelo rio Nilo. Era Osíris que buscava as almas dos mortos para serem julgadas em seu Tribunal.
Set foi colocado como grande inimigo de Osíris (Nilo), era o vento quente vindo do deserto, encarnação do mal.
O deus Amon, considerado deus dos deuses do Egito Antigo, foi cultuado junto com Rá (Amon-Rá).

Um dos aspectos importantes da religião egípcia era a crença na imortalidade da alma. Para os egípcios, os deuses controlavam a vida e a morte das pessoas. Era preservado o cadáver, pois acreditava que o corpo e a alma da pessoa que morria tinha que ser chamado aprovado em um julgamento, num tribunal, chamado Tribunal de Osíris, e depois, passava a viver no reino de Osíris.

Ritual de Mumificação


Escrita Egípcia

Além do destaque à medicina, os egípcios também desenvolveram um sistema próprio de escrita, baseado em desenho, escultura e pintura, e que representava ideias e situações da vida cotidiana. Valia-se de sinais ou caracteres para deixar inscrições nos templos e nos túmulos, textos religiosos, papiros, madeira, etc. Tipos de escritas desenvolvidas no Egito

Escrita Hieroglífica: (inscrição sagrada): Qualquer que seja sua origem foi um instrumento que possibilitou aos egípcios registrarem dados diversificados de sua cultura: da vida cotidiana da população até proclamações dos sacerdotes e dos decretos reais.



Escrita Hierática: Cursiva, usada pelos sacerdotes em textos sagrados. Geralmente, era gravada em papiro, madeira e couro.



Escrita Demótica: É cursiva simplificada, usada em cartas, registros, documentos. Enfim, era uma forma usada no dia a dia e gravada, predominantemente, no papiro.



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