REPÚBLICA VELHA: O PERÍODO DA REPÚBLICA DA ESPADA
Fases da República Velha (Primeira
República)
REPÚBLICA VELHA: O PERÍODO DA
REPÚBLICA DA ESPADA
A República da Espada é assim chamada pois os presidentes desse período eram militares.
No ano de 1889, o Brasil deixou de ser um império
para se transformar em um governo republicano. Na prática, isso significa dizer
que o país deixou de ser controlado pelo imperador e que a maior autoridade
política do país passou a ser o presidente, que deveria ser escolhido através
do voto da população.
Por ser um tipo de governo que dava maior poder à
população, chegamos a imaginar que a criação da República teria sido criada no
Brasil através da participação de vários grupos da sociedade brasileira. Mas
não foi assim que aconteceu.
Nessa época, a maioria da população não tinha acesso
a um tipo de educação que a levasse a participar das questões políticas do país
e os ex-escravos, libertos no ano de 1888, ainda lidavam com o desafio de
sobreviverem com a venda de sua mão de obra. Dessa forma, fica a questão: quem
são os grandes responsáveis pela criação da República no nosso país?
Para responder a essa pergunta, devemos notar a ação
de um pequeno grupo de políticos que defendiam a república no Brasil e dos
militares, que se mostravam insatisfeitos com o governo de Dom Pedro II. Ao
longo das décadas de 1870 e 1880, a relação entre o imperador e os militares
não foi muito harmônica. Os militares exigiam melhores salários e maior
participação política nos destinos da nação.
O imperador, por sua vez, acreditava que essas
exigências afrontavam a sua autoridade e acabaram não sendo atendidas. Por
volta de 1888, cresciam os boatos que o rei iria fazer uma grande reforma no
Exército e que os militares que o criticavam seriam retirados de seus cargos.
Foi então que, reunidos no Rio de Janeiro, então capital do país, um grupo de
militares organizou um golpe que tirou Dom Pedro II do poder.
Foi então que, em 1889, começava a República da
Espada. O primeiro presidente desse período foi Deodoro da Fonseca, que fora
líder do golpe que tirou Dom Pedro II do poder. Entre 1889 e 1890, promoveu a
criação de novos símbolos, brasões e hinos que representavam a criação de uma
nova nação. Vale lembrar que foi nessa época em que nossa atual bandeira foi
elaborada.
Além disso, Deodoro promoveu eleições para que uma
nova constituição, a lei maior que controlava o país, fosse aprovada. O Brasil
sofreu várias mudanças: foi criado o casamento civil, as antigas “províncias”
passaram a ser chamadas de “estados”; o Estado passou a ser independente da
Igreja; e os homens, maiores de 21 anos e alfabetizados, poderiam votar.
Sendo até então mantido como presidente provisório,
Deodoro foi eleito pelos deputados que elaboraram a primeira constituição.
Assumindo o novo mandato, decidiu modernizar a economia facilitando o acesso ao
crédito para que novas indústrias fossem criadas. Tal medida acabou não sendo
muito eficiente, pois muitos empréstimos foram feitos e nem sempre foram usados
para a criação de novas indústrias.
Isso acabou gerando uma grave inflação que fez com
que nossos deputados quisessem limitar os poderes do presidente. Insatisfeito,
Deodoro da Fonseca ameaçou fechar o Congresso Nacional. Isso acabou
fortalecendo as críticas contra seu governo, o que fez com que ele mesmo
deixasse o cargo de presidente.
Em seu lugar assumiu o vice-presidente, Floriano
Peixoto, que assumiu o governo com o desafio de conter a inflação e enfrentar
os que queriam acabar com seu governo. Nessa época, teve então que enfrentar
duas grandes revoltas: a Revolta da Armada, no Rio de Janeiro e a Revolução
Federalista, acontecida no Rio Grande do Sul.
Para não ter sua autoridade ameaçada, Floriano
utilizou de um grande aparato militar que acabou fazendo com que esses
conflitos fossem muito violentos. Na intenção de acabar com a inflação, o
presidente decidiu tabelar o preço dos alimentos e dos aluguéis. Ao mesmo
tempo, ele teve a preocupação de incentivar a exportação do café.
Foi assim então que se desenvolveu a República da
Espada no Brasil, que ficou conhecida assim pelo fato de os nossos dois
primeiros presidentes terem sido militares. Entre revoltas e graves problemas,
esse período da história política do Brasil acabou com a eleição de Prudente de
Morais, primeiro presidente civil da nossa história republicana.
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